Apoiadores se reúnem em frente à casa de Cristina Kirchner após ataque; presidenciáveis brasileiros se manifestaram
(REUTERS/Agustin
Marcarian)
sex., 2 de setembro de 2022 10:38 AM
Sofia Manzano
- Sete candidatos à Presidência do Brasil
repudiaram o atentado contra Cristina Kirchner;
- Presidenciáveis definiram como “radicalismo
cego”, “escalada fascista” e “ameaça à democracia”;
- Jair Bolsonaro e outros dois ainda não se
pronunciaram.
Sete candidatos à Presidência do Brasil repudiaram,
na manhã desta sexta-feira (2), o atentado contra Cristina Kirchner. A vice-presidente da
Argentina foi alvo de tentativa de assassinato, na noite anterior, quando um brasileiro
identificado como Fernando Sabag Montiel apontou uma arma para a cabeça dela e
apertou o gatilho. O disparo, no entanto, falhou.
Até o momento, Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone
Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Sofia Manzano (PCB), Léo Péricles
(UP) e Felipe d'Avila (Novo) condenaram o ataque, prestando solidariedade a
Kirchner e definindo o episódio, entre outras coisas, como “radicalismo cego”,
“escalada fascista” e “ameaça à democracia”.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à
reeleição, ainda não se pronunciou oficialmente. Além dele, Pablo Marçal (Pros)
e José Maria Eymael (DC) não comentaram o caso até a publicação desta
reportagem.
O que disse cada presidenciável
Veja abaixo, em ordem alfabética, o que cada
candidato publicou sobre o episódio:
Ciro Gomes (PDT): "O atentado frustrado a Cristina Kirchner por pouco não
transforma em chuva de sangue a nuvem de ódio que se espalha pelo nosso
continente. Nossa solidariedade a esta mulher guerreira que com certeza não se
intimidará. Para nós, fica a lição de onde pode chegar o radicalismo cego, e
como polarizações odientas podem armar braços de loucos radicais ou de radicais
loucos. Ainda há tempo de salvar o Brasil de uma grande tragédia gerada pelo
ódio. Paz!"
Felipe d'Avila (Novo): "O atentado à vice-presidente argentina
@CFKArgentina é absolutamente inaceitável. A violência da cena impressionou a
todos nós. Não há divergência ideológica que justifique ou normalize qualquer
ato de violência”.
Léo Péricles (UP): "Toda solidariedade a Cristina Kirchner,
vice-presidenta da Argentina que sofreu uma tentativa de assassinato essa
noite. Para deter essa escalada fascista, que não respeita leis e democracia,
temos que seguir a reação do povo argentino. Dia 07/09 temos que ocupar as ruas
em todo Brasil!"
Lula (PT): "Toda a minha solidariedade à companheira @CFKArgentina,
vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a
diversidade. A Cristina é uma mulher que merece o respeito de qualquer
democrata no mundo. Graças a Deus ela escapou ilesa. Que o autor sofra todas as
consequências legais. Esta violência e ódio político que vêm sendo estimulados
por alguns é uma ameaça à democracia na nossa região. Os democratas do mundo
não tolerarão qualquer violência nas divergências políticas”.
Simone Tebet (MDB): "Violência política no Brasil, violência política na
Argentina. É preciso dar um basta a tudo isso. As lideranças devem recriminar
essas atitudes. Ainda bem que a arma falhou. Que tristeza! Reafirmo minha posição
pela paz na política, pela paz nas eleições”.
Sofia Manzano (PCB): "Minha total solidariedade com Cristina Kirchner,
vice-presidenta da Argentina, vítima de tentativa de assassinato”.
Soraya Thronicke (União Brasil): "Quando falo em reforçar a segurança, não é
exagero. Não podemos subestimar do que o ódio é capaz. Na campanha de 2018 usei
colete a prova de balas e termino esta 5ª lamentando o atentado contra Cristina
Kirchner, vice-presidente da Argentina. Que Deus olhe por nós”.
Vera Lúcia (PSTU): "Repudio o atentado e tentativa de assassinato da Cristina
Kirchner".
Entenda o
caso
O ataque à Kirchner aconteceu em Buenos Aires, em
frente à casa dela, no bairro da Recoleta. A vice conversava com apoiadores
quando foi abordada por um homem armado. Imagens divulgadas pela imprensa
mostram o exato momento em que ele aponta uma pistola Bersa 380, calibre 32,
para ela.
Na hora de apertar o gatilho, o suspeito tirou a
máscara e deixou o rosto visível. Após a tentativa de assassinato falhar, ele
tentou fugir, mas sem sucesso. O homem foi preso e levado a uma delegacia em
Buenos Aires.
Devido ao episódio, o presidente Alberto
Fernández decretou feriado
nacional da Argentina “para
que, em paz e harmonia, o povo argentino possa expressar-se em defesa da vida,
da democracia e solidarizar-se com nossa vice-presidente", disse em
pronunciamento em rede nacional.
Para Fernández, o ataque ocorreu por conta do
“discurso de ódio que tem sido espalhado a partir de espaços políticos,
judiciais e midiáticos". "Estamos diante de um fato com uma gravidade
institucional e humana extrema. Atentaram contra a nossa vice-presidente e a
paz social foi alterada", manifestou, acrescentando que "este
atentado merece o mais enérgico repúdio de toda a sociedade argentina e de
todos os setores políticos".
Ao que tudo indica, Fernando André Sabag Montiel
tem 35 anos e possui antecedentes criminais envolvendo armas: foi acusado, em
março de 2021, por contravenção pelo porte de arma não convencional, no bairro
de La Paternal, onde possuiria residência. Na ocasião, o brasileiro foi
flagrado com uma faca e alegou às autoridades na época que era para uso e
defesa pessoal.
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/presidenciaveis-condenam-atentado-a-kirchner-bolsonaro-nao-133838310.html
02-09-22
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