Milhares
de mulheres vão às ruas nesta quarta-feira (8) para denunciar uma ofensiva
global contra seus direitos e exigir o fim da discriminação e dos feminicídios,
que aumentam em diversos países.
Marie GIFFARD con las oficinas
de AFP en el mundo
8 de março de 2023 às 8:32 AM GMT-3
-Por
ocasião do Dia Internacional da Mulher, eventos e manifestações serão
organizados em várias cidades ao redor do mundo.
As
razões da mobilização são inúmeras: a discriminação imposta no Afeganistão
desde a volta do Talibã ao poder, a repressão aos protestos no Irã pela morte
de Mahsa Amini, o questionamento do direito ao aborto nos Estados Unidos ou as
consequências da guerra da Ucrânia para as mulheres.
No
Brasil, atos em São Paulo e no Rio de Janeiro denunciarão os "cortes nas
políticas de proteção às mulheres" e o "crescimento vertiginoso do
machismo e da misoginia" durante o mandato do direitista Jair Bolsonaro
(2019-2022), afirmou Junéia Batista, da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O atual
presidente de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, participará em Brasília do
lançamento de programas para mulheres e da criação do Dia Nacional Marielle
Franco contra a violência política, em homenagem à vereadora assassinada em
2018.
"Os
avanços obtidos em décadas estão evaporando diante de nossos olhos",
alertou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, na segunda-feira.
"No
ritmo atual, a ONU Mulheres calcula que serão necessários 300 anos" para
alcançar a igualdade entre homens e mulheres, acrescentou ele, depois de
recordar a situação no Afeganistão, onde mulheres e meninas foram
"apagadas da vida pública" desde o retorno do Talibã ao poder, em
agosto de 2021.
As
universidades afegãs reabriram na segunda-feira após as férias de inverno, mas
apenas os homens foram autorizados a frequentar as aulas.
A União
Europeia (UE) adotou na terça-feira sanções contra o ministro talibã do Ensino
Superior, Neda Mohammed Nadeem, "responsável pela violação generalizada do
direito das mulheres à educação".
Outros
indivíduos ou entidades responsáveis por violações dos direitos das mulheres no
Irã, Rússia, Sudão do Sul, Mianmar e Síria também foram alvos de sanções.
-
Manifestações proibidas -
As
manifestações de mulheres foram proibidas em vários lugares, como no Paquistão,
onde as autoridades acusaram os "cartazes controversos" que as
manifestantes costumam carregar, com reivindicações sobre o divórcio ou contra
o assédio sexual.
As
organizações feministas independentes de Cuba, que convocaram uma "marcha
virtual" nas redes sociais para conscientizar sobre a violência de gênero
e os feminicídios, também não receberam autorização para protestar.
Outro
tema central dos protestos será a defesa do direito ao aborto, enfraquecido nos
Estados Unidos pela decisão da Suprema Corte em junho de revogar a decisão de
1973 que o garantia o acesso a nível federal.
Na
Europa, esse direito também foi enfraquecido na Hungria e na Polônia.
"Lutamos
contra um patriarcado (...) que disputa até a morte esses nossos direitos -
como o aborto - que conquistamos lutando", afirma o manifesto da marcha
que acontecerá em Madri.
Na
França, foram convocadas manifestações pela "igualdade no trabalho e na
vida". O país está em crise por greves e protestos contra a reforma da
Previdência promovida pelo governo liberal de Emmanuel Macron, que os críticos
dizem ter efeitos nocivos sobre as mulheres.
Também
há protestos marcados nas principais cidades do México, Colômbia e Venezuela.
burs-rs-js/mas/aa
Fonte: https://br.yahoo.com/noticias/mulheres-protestam-por-seus-direitos-113255998.html
08-03-23
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