OMM/Abenezer
Israel
População local caminha em South Gondar, na região etíope de AmharaFacebook Twitter Imprimir Email
13 Novembro 2023 Clima e Meio Ambiente
Especialista da Organização Meteorológica Mundial fala das consequências
do fenômeno que afeta todos os continentes com eventos climáticos extremos; ele
afirma que há alta probabilidade de que 2024 seja ainda mais quente que 2023.
Novembro marca o início da fase mais acentuada do
fenômeno climático El Niño, que deve durar até janeiro, segundo a Organização
Meteorológica Mundial, OMM
O especialista em clima da agência, Álvaro Silva,
conversou com a ONU News, de Lisboa, e confirmou as previsões apontando 90% de
probabilidade de que o evento climático como um todo só termine em abril de
2024.
Aquecimento ainda maior em 2024
Ele afirma que o El Niño contribuirá para um
aquecimento ainda maior do planeta no ano que vem, com possibilidade de novos
recordes de temperatura global.
“O impacto do El Ninõ na temperatura global,
historicamente, é ainda mais acentuado no ano seguinte ao do seu
desenvolvimento. Pelo que, é de se esperar que em 2024 tenhamos um ano com uma
temperatura global mais alta ainda que em 2023, pelo menos do que é possível
antecipar se considerarmos outros eventos do passado”.
Silva explica que nesse momento de pico, entre
novembro e janeiro, é provável que haja um El Niño de forte intensidade, mas “a
probabilidade de seja comparável a outros eventos de El Niño historicamente
muito fortes, como o de 1997 e o de 2015-2016, é de apenas 35%”.
Impacto da atividade humana
O climatologista ressalta que o impacto do evento
climático é ainda mais grave devido ao aquecimento induzido pela emissão de
gases poluentes na atmosfera.
“Esse fenômeno natural ocorre num quadro de aumento
da temperatura global devido ao acréscimo da concentração de gases com efeito
de estufa com origem na atividade humana. E é com este contexto de fundo, com
esta tendência crescente de aumento da temperatura global, que então este
fenômeno natural do El Niño acontece e vai exacerbar a temperatura em muitas
regiões do globo”.
Em relação a desastres e eventos extremos que podem
ocorrer nos próximos meses, Silva destacou chuvas fortes e inundações, secas
intensas e calor extremo.
OMM/Muhammad Amdad Hossain
Sunamganj, Bangladesh, um lugar frequentemente atingido por inundações
Eventos extremos nos próximos meses
Segundo ele, as “precipitações acima do normal”
deverão atingir a África Oriental, as bacias dos rios Paraná e La Plata, na
América do Sul, o sudeste da América do Norte e partes da Ásia Central e
Oriental.
Já as chuvas abaixo da média ocorrerão em grande
parte do norte da América do Sul, “prolongando a seca já existe nesta região”.
A falta de chuvas também deve impactar grande parte da Austrália, Indonésia,
Papua Nova Guiné, Filipinas e parte das ilhas do Oceano Pacífico.
O climatologista ressaltou que em todos os
continentes e em grande parte das regiões se prevê que as temperaturas sejam
muito acima da média neste período de novembro a janeiro, incluindo a
ocorrência de ondas de calor.
Ele destacou que as temperaturas serão provavelmente mais altas nas
latitudes abaixo dos 40° norte e acima dos 30° graus sul, ou seja, as latitudes
equatoriais e subtropicais a nível global.
Comentários
Postar um comentário