© Unsplash/Lightscape - A aurora boreal ilumina o céu em Tromso, na NoruegaImprimir Email
14 Maio 2024 - Clima e Meio Ambiente
Auroras boreais e austrais espetaculares foram avistadas em locais
incomuns como resultado da maior tempestade geomagnética em décadas; fenômeno é
resultado de elevada atividade solar; Organização Meteorológica Mundial
ressalta importância do monitoramento e previsão do clima espacial.
Uma das maiores tempestades
geomagnéticas em décadas gerou um espetacular show de luzes nos céus de todo o
mundo, mas também destacou a importância das previsões de eventos climáticos
espaciais potencialmente disruptivos.
Esse será um dos temas
tratados na próxima reunião do Conselho Executivo da Organização Meteorológica
Mundial, OMM, em junho.
OMM/Lionel Peyraud - A aurora boreal em
Kilpisjarvi, Finlândia.
Avistamento incomum de auroras
De 10 a 13 de maio, as
auroras, que são tipicamente vistas nas áreas polares, puderam ser avistadas em
latitudes excepcionalmente baixas. Avistamentos espetaculares de auroras
boreais, que ocorrem no hemisfério norte, foram observados da Flórida, Itália e
Espanha, e auroras austrais, típicas no hemisfério sul, foram relatadas até o
norte de Queensland, na Austrália.
Este foi o resultado de uma
tempestade geomagnética extrema, a categoria mais alta de todas, de uma série
de ejeções de massa coronal, que são como nuvens de material de plasma que são
expelidas do sol com alta velocidade para o espaço interplanetário. Essas
nuvens de plasma carregam um campo magnético que interage com o campo magnético
da Terra.
Embora as auroras sejam um
espetáculo impressionante, as tempestades geomagnéticas também têm impactos
potencialmente perturbadores, como o estresse que podem impor à rede elétrica
devido a correntes induzidas nas linhas de energia e possíveis impactos nas
comunicações e operações de satélites.
Eventos solares ocorrendo com mais frequência
A última tempestade
geomagnética foi resultado de uma elevada atividade solar. As chamadas regiões
ativas, que concentram o fluxo magnético na superfície solar, lançaram na
última semana várias explosões de emissão de ondas eletromagnéticas.
Essas explosões impactam a
ionosfera terrestre causando apagões de rádio no lado da Terra iluminado pelo
sol, e podem resultar em perturbações ou interrupções dos serviços de navegação
por satélite.
O cientista do Programa
Espacial da OMM, Jesse Andries, disse que "esses eventos solares acontecem
regularmente, com sua taxa de ocorrência seguindo um ciclo de onze anos
associado à inversão do campo magnético solar geral a cada onze anos".
Segundo ele, "estamos
nos aproximando do ponto máximo do ciclo atual, com eventos solares ocorrendo
com mais frequência”.
O especialista afirmou que
embora os eventos solares apareçam regularmente, “esta recente tempestade
geomagnética é certamente uma das maiores em várias décadas".
© Unsplash/Adrian Dascal - A aurora boreal aparece no céu noturno de Oulu, na Finlândia
Previsão do clima espacial
A OMM ressalta que o
monitoramento e a previsão do clima espacial estão cada vez mais se tornando
uma prática operacional, assim como o clima terrestre. O último evento foi
previsto com precisão.
Meteorologistas espaciais
de todo o mundo monitoram o sol de perto. Eles relatam todos os dias a evolução
das regiões ativas na superfície solar e estimam a probabilidade de grandes
explosões ocorrerem.
Além disso, eles registram
as propriedades do início das ejeções de massa coronal de modo que seja
possível estimar o tempo esperado de chegada à Terra. Com base nessas análises,
setores críticos e o público em geral são avisados com antecedência sobre os
próximos eventos, para que possam tomar medidas de proteção, como desviar rotas
de voo para longe dos polos.
Preparação
para ameaças
A OMM vem fazendo esforços
para integrar o Clima Espacial em suas atividades há mais de uma década e o
adotou como um serviço ambiental relacionado em seu Plano Estratégico.
A reunião do Conselho
Executivo da OMM em junho deve adotar um novo Plano Quadrienal para as
Atividades da OMM relacionadas ao Clima Espacial, para o período de
2024-2027.
O plano aborda os três principais pilares da
infraestrutura da OMM: observação da infraestrutura, modelagem e previsão e
troca de dados. Além disso, busca avançar as capacidades dos membros da OMM
para fornecer serviços valiosos a vários setores econômicos que são propensos a
ameaças de erupções solares e consequentes fenômenos climáticos espaciais.
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