COI/John
Huet -
A atleta
refugiada Cindy Ngamba (à esquerda) se tornou a primeira medalhista da Equipe
Olímpica de Refugiados
12
Agosto 2024
A
boxeadora Cindy Ngamba se tornou a primeira atleta refugiada a subir no pódio,
conquistando uma medalha de bronze; muitos outros esportistas da equipe de 37
pessoas tiveram performances notáveis; eles representaram cerca de 120 milhões
de pessoas deslocadas à força em todo o mundo.
As
Olimpíadas de Paris, encerradas neste domingo, representaram um momento
histórico para a Equipe Olímpica de Refugiados, que conquistou sua primeira
medalha.
A boxeadora
Cindy Ngamba alcançou o bronze na categoria feminina de 75kg, tornando-se a
primeira atleta refugiada a subir no pódio. Segundo a Agência da ONU para os
Refugiados, Acnur, o sucesso histórico de Ngamba foi apenas uma das muitas
performances notáveis.
Resultados positivos
No
atletismo, Dominic Lokinyomo Lobalu ficou a uma fração de segundo de uma
medalha na final masculina dos 5 mil metros no sábado, terminando em quarto
lugar.
No início
dos Jogos, Perina Lokure Nakang e Jamal Abdelmaji bateram recordes pessoais em
suas corridas, de 800 metros femininos e 10 mil metros masculinos,
respectivamente.
Na água,
três velocistas refugiados chegaram às quartas de final: Fernando Dayan Jorge
Enriquez na canoa masculina de 1 mil metros, Saeid Fazloula no caiaque
masculino de 1 mil metros e Saman Soltani no caiaque feminino de 500 metros.
Para o
Acnur, todos os 37 membros da Equipe Olímpica de Refugiados demonstraram
“tremenda determinação e coragem em seus 12 esportes diferentes em Paris 2024”.
Eles representaram cerca de 120 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o
mundo.
A Equipe
Olímpica de Refugiados foi criada pelo Comitê Olímpico Internacional, COI, e
pela Fundação Olímpica de Refúgio, com o apoio do Acnur.
Participação nas cerimônias de abertura e
encerramento
O objetivo
é dar aos atletas deslocados a chance de mostrar seus talentos no mais alto
palco esportivo. A equipe fez sua aparição inaugural nos Jogos Olímpicos Rio
2016.
Nos Jogos
de Tóquio 2020, um total de 29 atletas refugiados competiram, incluindo o
ciclista de estrada Masomah Ali Zada, que liderou a Equipe Olímpica de
Refugiados em Paris como seu Chefe de Missão e porta-voz.
Para a
cerimônia de abertura em Paris, os porta-bandeiras da equipe foram Ngamba e
Yahya Al Ghotany, que competiu no taekwondo.
O grupo foi
representado durante a cerimônia de encerramento pelos porta-bandeiras Farida
Abaroge e Kasra Mehdipournejad. Ngamba subiu ao palco ao lado do presidente do
COI, Thomas Bach.
Desempenho de ex-refugiados
Ex-refugiados
também se destacaram nas competições. Kimia Alizadeh, membra da Equipe Olímpica
de Refugiados em Tóquio e que agora compete pela Bulgária, conquistou a
primeira medalha do país no taekwondo. Ela recebeu o bronze na categoria
feminina de 57kg.
A equipe
masculina de basquete do Sudão do Sul, composta por ex-refugiados, representou
o continente africano em Paris. O time venceu Porto Rico antes de perder para a
Sérvia e os Estados Unidos.
A vice-alta
comissária da ONU para refugiados, Kelly Clements, disse que "esses
atletas refugiados superaram imensos desafios, mas seu sucesso é um lembrete
para o mundo do que pode ser alcançado quando os refugiados recebem uma mão
amiga para perseguir seus sonhos”.
Comentários
Postar um comentário