Mecom 3A

1) Complete as formas verbais nos tempos propostos:
Pte: Presente do Indicativo. Amar: amo
PPS: Pretérito Perfeito Simples do Indicativo. Amar: amei
PI: Pretérito Imperfeito do Indicativo. Amar: amava
FutPte: Futuro do Presente do Indicativo. Amar: amarei
FutPret: Futuro do Pretérito do Indicativo. Amar: amaría
Ppio: Particípio. Amar: amado
PteSub: Presente do Subjuntivo. Amar: ame
PISubj: Pretérito Imperfeito do Subjuntivo. Amar: amasse
FutSubj: Futuro Simples do Subjuntivo. Amar: amar

2) Encontre as marcas de argumentação no texto.

3)Diga se você concorda ou não e por quê.






O suicídio pela palavra

Por Lúcio Flávio Pinto | Cartas da Amazônia – qua, 6 de jun de 2012

"Veja", uma das cinco revistas semanais de informações mais importantes do mundo, levou 2.272 edições, em 44 anos de circulação, para cometer o maior "nariz de cera" da sua história, do jornalismo brasileiro em muitos anos e talvez da imprensa mundial. Sua matéria de capa do último número, do dia 6, abre com 98 linhas da mais medíocre "encheção de linguiça", como se diz "no popular".

Se ________________ (ter) mesmo que sair, esses quatro enormes parágrafos, numa matéria de apenas oito períodos, tirando boxes e penduricalhos outros para descansar a vista (e relaxar a cabeça), ______________ (caber) na Carta ao Leitor, espaço reservado à opinião do dono. Mas lá já estava o devido editorial da "casa", repleto de adjetivações e subjetividades, conforme o estilo.
A tarefa do repórter Daniel Pereira não __________ (ser) competir em fúria acusatória com a voz do dono, mas dar-lhe — se _____________ (ser) o caso — suporte informativo. Sua matéria _____________ (dever) conter fatos, que constituem a arma de combate do repórter, infalível diante de qualquer assunto sob sua investigação.
Ao invés disso, metade da sua falsa reportagem, com presunção de trazer novidades e gravidades suficientes para merecer a capa da edição, _______ (ser) um rosário de imprecações opiniáticas, no mais grosseiro e primário estilo, num desabamento de qualidade em relação à Carta ao Leitor.
Em tom professoral digno de um sábio de almanaque Capivarol, o editor da sucursal de Brasília, distinto e ilustre desconhecido (ainda, claro), __________ (fazer) gracejo insosso com o fracasso da estratégia de Lula de usar a "CPI do Cachoeira" como manobra diversionista para tirar o foco do julgamento dos integrantes da "quadrilha do mensalão".
Tentando reparar o efeito inverso gerado pela iniciativa, Lula ______________ (procurar) o ministro Gilmar Mendes, do STF, para um acerto, "movimento tão indecoroso que, ao contrário do imaginado pela falconaria petista, ___________________ (voltar-se) contra o partido", sentencia o jornalista.
Não ________ (ser) petista. Nunca _________ (ser). Também não __________ (ser) nem nunca ____________ (ser) filado a qualquer partido político, enquanto minha profissão me ________________ (conceder) um espaço para opinar e interpretar. É onde _____________ (fazer) política: tentando armar o meu leitor para ter sua agenda atualizada aos grandes temas ao alcance da sua vontade.
_____________ (Votar) uma única vez em Lula para presidente da República, na primeira tentativa dele, contra Collor, em 1989. Ninguém __________________ (encontrar) um artigo de louvor a ele no meu Jornal Pessoal. Como não moro em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, mas em Belém do Pará, distante dois mil quilômetros da capital federal, não _____________________ (atrever-se) a escrever reportagens a respeito dele.
Para isso, ___________________ (precisar) estar em contato com pessoas do centro do poder, testemunhar acontecimentos, criar fontes com acesso às informações diretas. Mas minhas análises, _______________ (fazer) à distância, não ultrapassam o limite da possibilidade de demonstrar com fatos o que _______________ (dizer). E só digo o que os fatos me _____________________ (autorizar).
Ao autorizar um repórter, encarregado de produzir uma reportagem, que requer tudo que está fora do meu alcance, justamente porque não disponho dos recursos ao alcance de Daniel Pereira, "Veja" mostra que não respeita a si, aos seus jornalistas e ao leitor. ____________________ (Desrespeitar) a própria história, que a fez ocupar um lugar tão destacado na imprensa mundial e ter-se estabilizado há muitos anos em 1,2 milhão de exemplares de tiragem.
O respeito e a admiração que as pessoas _____________ (ter) hoje pelos jornalistas da TV Globo era o mesmo, com outra substância, do início dos anos 1970, quando "Veja" ________________________ (consolidar-se) como a mais importante novidade na imprensa brasileira. Antes de passar a trabalhar na revista, via-me diante de humilhação partilhada por repórteres das outras publicações, como as minhas. Depois de dar entrevista coletiva, o personagem da reunião ____________________________ (desculpar-se) e atendia à parte o representante de "Veja", que costumava assistir calado ao pingue-pongue de perguntas e respostas entre os colegas e o entrevistado.
Mas não _________________ (ficar) furiosos ou nos revoltávamos pelo privilégio dado ao concorrente. Veríamos, quando a revista __________________ (circular), que o tratamento diferenciado tinha uma motivação fundamentada na qualidade do trabalho da revista. Por opção editorial, as matérias não ____________ (ser) assinadas. Mas tanto os profissionais que __________ (ir) às ruas atrás das notícias eram bons como ótimos eram aqueles que reescreviam tudo na redação, estabelecendo uma homogeneidade de alto nível em todos os textos, do primeiro ao último.
Essa boa novidade levou ao exagero da padronização, logo corrigido pela liberação dos freios da centralização: cada jornalista pode desenvolver seu estilo e as matérias _________________ (começar) a sair assinadas.
Muitas das matérias que forniram as páginas da revista ____________ (ser) do melhor jornalismo, vizinho dos textos de autores da melhor literatura. Tanto pelo domínio do vernáculo como pela consciência de que jornalismo é a vida pulsando todos os dias em sua materialização factual, sempre sujeita ao humano, demasiado humano (o que serviu de halo para o "novo jornalismo" americano).
Com a sucessão de textos do tipo que ________________ (agredir) a essência do jornalismo já há bastante tempo, "Veja" está prestando um grave desserviço ao Brasil, a pretexto de brecar o avanço do "lulismo" tirânico e irresponsável. Está fazendo o país retroceder a um jornalismo praticado até seis décadas atrás, quando o Diário Carioca ________________ (introduzir) o lide no manual de redação jornalística. Sucederam-se a partir daí os aperfeiçoamentos que "Veja" consolidou.
A começar pelo curso de formação que ____________ (dar) aos seus futuros integrantes antes de começar a circular, uma revolução em matéria de recrutamento de quadros. E pelo elevado padrão de profissionalismo que ____________________ (estabelecer), tornando-se uma meta para todos aqueles que queriam avançar no seu ofício e ter uma vida digna, decente e confortável — conquistas das quais só a última era frequente, à custa da venda da alma ao diabo; até "Veja" demonstrar que jornalista também pode ganhar bem sem se prostituir.
É profundamente lamentável que essa mesma revista __________________ (estar) agora, num paroxismo editorial difícil de explicar e mais difícil ainda de entender, renunciando a todas essas conquistas para se entregar a uma voragem de apoplexia palavrosa, se a tipologia cabe nessa forma surpreendente de patologia. Lula _______________ (poder) sobreviver a esse tipo de vírus. O jornalismo, não.
__________________ (Querer) ser a coveira de um líder político esquivo e ambíguo, "Veja" está, na verdade, cometendo um haraquiri patético, capaz de arrastar consigo muito mais gente do que a que ___________________ (sucumbir) sob outro desses líderes em transe: Jim Jones.
(Saio da bitola amazônica nesta carta jornalística pela necessidade de desabafar, que partilho com meus leitores. Quase meio século de jornalismo autorização a quebra da bitola, I presume.)
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/blogs/cartas-amazonia/o-suic%C3%ADdio-pela-palavra-135105165.html [08-06-12]