14 de
fevereiro de 2017
O
presidente argentino Mauricio Macri em coletiva de imprensa no palácio
presidencial Casa Rosada em Buenos Aires, no dia 17 de janeiro de 2017
Nesta
terça-feira (14), um procurador argentino apresentou uma denúncia judicial
contra o presidente Mauricio Macri por suposto prejuízo ao Estado no acordo de
uma dívida contraída por Franco, seu pai, depois que a empresa familiar
declarou, em 2001, a quebra do Correio, administrado por ele em regime de
concessão.
O
procurador Juan Pedro Zoni denunciou o presidente Mauricio Macri e vários
funcionários de alto escalão por terem aceitado um acordo que supõe uma redução
significativa da dívida do Correio Argentino. A concessão foi do Grupo Macri de
1997 a 2003, quando foi estatizado.
O
procurador apresentou sua denúncia ao juíz federal Ariel Lijo.
Zoni
inicia uma investigação para "corroborar a existência de condutas
criminosas estreitamente vinculadas ao processo" tramitado sobre a quebra
do Correio, segundo o documento divulgado pela imprensa local.
Horas,
antes, o governo argentino havia pedido à Justiça que avaliasse de forma
"urgente" o polêmico acordo, depois de negar que haja conflito de
interesses como indicam as várias denúncias políticas por corrupção.
"Pedimos
uma audiência urgente à Câmara Federal [tribunal de apelações] para que o
aborde [o caso] de maneira integral. É um tema técnico-judicial, não
político", disse o chefe de Gabinete da Presidência, Marcos Peña, em
coletiva de imprensa.
O caso
veio à tona há sete dias, depois que a procuradora da Câmara, Gabriela Boquín,
revelou o acordo de junho de 2016 com o poderoso Grupo Macri por uma dívida não
paga.
A dívida
remonta à época que a empresa familiar teve a concessão da estatal Correio. É
"desastroso", "abusivo", "inadmissível" e
"equiparável a um perdão de 98% da dívida", disse Boquín.
A dívida
era de 300 milhões de pesos (a mesma quantidade em dólares) em 2001, quando o
Correio declarou sua quebra. Agora, o acordo não atualiza o montante, apesar de
a inflação desde então ter sido de 700%. Seria pago em parcelas com juros de 7%
ao ano até 2033, um percentual muito abaixo do cobrado por qualquer banco
argentino.
Decidir
sobre a legalidade, ou não, do acordo está nas mãos da Câmara Federal. O
Correio foi dado em concessão em 1997, fruto da política de privatizações do
governo peronista de direita de Carlos Menem (1989-99).
As ações
da empresa concessionária foram divididas por seu líder, Franco Macri, pai do
presidente argentino, entre seus três filhos, entre eles Mauricio. Já o
presidente transferiu sua parte nas ações para seus filhos.
Comentários
Postar um comentário