O que se sabe sobre o
submarino argentino desaparecido
22-11-17
Submarino argentino desaparecido
O
submarino militar argentino "ARA San Juan" não mantém comunicações há
uma semana, desde às 10H30 GMT (08H30 Brasília) do dia 15 de novembro, e está
sendo procurado por equipes de diversos países.
-
Múltiplas hipóteses -
. Se o
submarino está submerso e sem energia para pedir socorro e chegar à superfície
para renovar o ar, os 44 marinheiros a bordo teriam sete dias de oxigênio.
Considerando-se que o ar não foi renovado desde o último contato, a tripulação
já estaria morta. "Se está no fundo, há poucas chances de
sobrevivência", declarou um ex-submarinista sul-americano que pediu para
não ser identificado.
. Se
ocorreu uma explosão ou incêndio a bordo, as possibilidades de sobrevivência
são mínimas. Isto explicaria porque as balizas de emergência não foram
ativadas.
. Se está
na superfície, à deriva, o submarino flutua. "Na superfície estaria em uma
situação instável mas segura. Em um mar bravo, seria sacudido com força, mas
não afundaria", declarou Dominique Salles, um ex-comandante francês de
submarino. O almirante argentino Guillermo Delamer avalia que se está na
superfície será "detectado pelos radares".
- Avaria
informada -
O
comandante do submarino, capitão de fragata Pedro Martín Fernández, informou à
base um problema nas baterias.
Em uma
comunicação posterior, na manhã do dia 15 de novembro, Fernández comunicou que
seguia para a base naval de Mar del Plata, onde deveria chegar no dia 19 ou 20.
Um
submarino deste tipo está geralmente equipado com quatro baterias de 50
toneladas cada uma, que contêm chumbo e ácido sulfúrico. "Em caso de
problemas, as baterias podem produzir gases instáveis e até explosão",
segundo um ex-submarinista que pediu para não ser identificado.
- Vasta
zona de busca -
Os navios
e aviões realizam buscas em uma zona de 500.000 km2 para detectar o submarino,
concebido para não ser detectado.
Nesta
região, a profundidade das águas é de entre 200 e 350 metros, e há muitos
barcos de pesca.
No total,
14 navios, 12 aviões e 4 mil homens participam das operações de busca, que
incluem contingentes de Brasil, Alemanha, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha,
Estados Unidos, França, Noruega, Peru, Grã-Bretanha e Uruguai.
Dominique
Salles destaca a dificuldade da tarefa. "Uma torre de submarino é um
conjunto metálico de menos de 10 metros de comprimento por 3 ou 4 metros de
altura. Em um mar com ondas de 7 a 8 metros, como ocorre nos últimos dias, é
difícil detectá-lo".
-
Submarino de 1983 -
Fabricado
na Alemanha em 1983, o submarino de 65 metros foi incorporado à frota argentina
em 1985.
Em 2014
passou por manutenção nos estaleiros Tandanor de Buenos Aires e para a Marinha
estava "totalmente operacional".
Em tempos
de paz, o submarino é usado para o controle da pesca ilegal nas águas
argentinas do Atlântico Sul, onde numerosos navios estrangeiros se aventuram
regularmente.
A
Argentina tem outros dois submarinos: o "San Luis", em reparos, e o
"Salta", atracado na base de Mar del Plata.
-
Dispositivo de socorro -
Dois
navios zarparam do porto de Comodoro Rivadavia com militares americanos
equipados com material de resgate: dois mini submarinos de controle remoto e
cápsulas de resgate para os 44 tripulantes do "ARA San Juan".
O
hospital de Comodoro Rivadavia está em alerta para receber os submarinistas.
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