a) Veja as recomendações de um jornalista brasileiro para aquelas pessoas que visitarão o Brasil para o Mundial de Futebol e tente explicar o por que delas.
b) Elabore uma
cartilha semelhante com as dicas que você daria para um estrangeiro que
visitasse a Argentina.
c) Confronte as
semelhancas e diferenças culturais entre os dois países que derivem das duas
cartilhas.
Cartilha de sobrevivência para estrangeiros no Brasil
A poucos dias da Copa
do Mundo, vários países já lançaram cartilhas de como sobreviver no Brasil.
Na cartilha do governo
japonês, por exemplo, recomenda-se que os turistas desloquem-se em grupos e que
evitem lugares desertos e sair à noite. Também aconselha os japoneses a serem
discretos (ou seja, que mantenham-se japoneses) e que deixem câmeras
fotográficas e smartphones fora de vista (ou seja, que deixem de ser
japoneses).
Já a cartilha da
revista da FIFA™, lançada há alguns meses, além de dar dicas de segurança,
informa que no Brasil não se fala espanhol e que um estrangeiro nunca deve
dizer que a capital do país é Buenos Aires ou ele será deportado. No que eles
estão certos, ficamos irritadinhos com isso, mas não sejamos hipócritas -
qualquer europeu loiro, para um brasileiro, é alemão, mesmo que ele seja belga
ou dinamarquês; como qualquer asiático de olhos puxados é japa, mesmo que ele
seja coreano; ou qualquer barbudo do oriente médio é árabe, mesmo que ele seja
iraniano.
Para complementar as
cartilhas da FIFA™ e do governo japonês, escrevi alguns itens dos quais senti
falta e que, acredito, poderão ajudar os turistas estrangeiros a se manterem
vivos por aqui:
- Dependendo da cidade
onde se hospedar, prefira o transporte público aos táxis. Mas se for pegar um
táxi, nunca pague adiantado. Dica: fale mal do PT e poderá ganhar de 5 a 10% de desconto com os
taxistas.
- No Brasil é
considerado uma ofensa guardar uma opinião para si. E é comum que brasileiros
puxem assunto no transporte público. Faça amizades. Troquem perdigotos.
Expresse uma opinião sobre qualquer polêmica do momento, mesmo que não entenda
nada sobre o assunto. Brasileiro é meio surdo, fale alto. Contribua com o
barulho do ônibus.
- Fique atento quando
der esmolas. Nem tudo que se parece mendigo é mendigo mesmo, muitos são apenas
estudantes de humanas - certifique-se de que não há nenhuma faculdade com curso
de história ou ciências sociais por perto. Dar dinheiro para um pedinte no
Brasil é o mesmo que dar pinga para ele. Em vez de carregar moedas trocadas,
procure andar com pinga no bolso.
- Não retire da
natureza nenhum souvenir como plantas, pedras, pedras de crack, cogumelos ou
cápsulas deflagradas de fuzil. E evite comprar produtos suspeitos,
principalmente de senhores barbudos que se chamam Aloísio ou Lindenberg ou
Champinha.
- Não experimente o
açaí. Vai por mim, não vale a pena, tem gosto de terra. Dê preferência às
frituras típicas, como o pastel de feira, o acarajé, a coxinha e o bolovo.
- Dica: elogie o PT e
poderá ganhar de 5 a
10% de desconto em empreiteiras, construtoras e Friboi.
- Nunca vire a cabeça
para nenhum “Ei, psiu”.
- Nunca vire a cabeça
para nenhum “Moço, tem cheddar na sua camiseta”.
- Embora os biquínis
brasileiros sejam os menores do mundo (você sabia que “depilação brasileira” se
chama apenas “depilação” no Brasil?), fique atento, pois topless é proibido e
dá multa.
- Não coma pizza no
Rio de Janeiro.
- Tome banho
diariamente (é um hábito tipicamente brasileiro).
- Itens fundamentais
para uma viagem ao Brasil: cartão de débito, cadeados, álcool gel, pinga (para
os pedintes), dollynho (para as crianças pedintes), livros, biquínis, celular,
celular antigo ou quebrado (para entregar aos assaltantes), garrafinha de água
com gás.
- Não alimente os
brasileiros.
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