Pular para o conteúdo principal

Os principais candidatos à presidência do Brasil



Os principais candidatos à presidência do Brasil

O candidato Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas de opinião, durante o primeiro debate dos candidatos à presidência na TV


AFP 30-09-18

As eleições presidenciais de 7 de outubro no Brasil se anunciam como as mais incertas das últimas décadas, com um admirador do regime militar em boa posição para disputar o segundo turno, em 28 de outubro.
Conheça os cinco principais candidatos, de um total de 13:
- Jair Bolsonaro: o nostálgico da ditadura -
O capitão da reserva do Exército Jair Bolsonaro, de 63 anos, costuma ser chamado de Donald Trump do Brasil, embora não seja um "outsider" da política, pois é deputado desde 1991.
Mas o seu apreço pelas redes sociais e as suas declarações polêmicas podem aproximá-lo do magnata que se tornou presidente nos Estados Unidos.
Seus cavalos de batalha favoritos são a defesa da posse e do porte de armas para combater a criminalidade e a reivindicação da ditadura militar (1964-1985). E seus alvos principais: a corrupção, as políticas de igualdade racial e a ideologia de gênero. Suas declarações misóginas e homofóbicas criam bolhas.
Em 6 de setembro, uma facada no abdômen durante um comício o deixou à beira da morte. A ferida o tirou dos debates eleitorais, mas do seu leito no hospital manteve vivo o fervor dos seus partidários, que o chamam de "mito".
O candidato do conservador Partido Social Liberal (PSL) somou pontos nas pesquisas se afirmando na liderança das intenções de voto no primeiro turno. Mas seu alto índice de rejeição o deixa em uma posição difícil diante dos seus principais adversários.
- Fernando Haddad: o substituto –

Fernando Haddad, de 55 anos, foi oficializado como candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) em 11 de setembro, pouco após a justiça eleitoral impugnar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que cumpre uma pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em menos de duas semanas, o ex-prefeito de São Paulo conseguiu ficar em segundo lugar nas pesquisas, recuperando grande parte do eleitorado de Lula, que era o favorito.
A imagem do advogado e ex-professor universitário, filho de imigrantes libaneses, parece a anos-luz de seu mentor, um ex-operário metalúrgico forjado nas lutas sindicais contra a ditadura.
Foi ministro da Educação de 2005 a 2013, uma das pastas das quais Lula sempre expressou muito orgulho. Saiu do governo, já com Dilma Rousseff (2011-2016), para disputar a Prefeitura de São Paulo. Mas foi derrotado em sua tentativa de reeleição em 2016.
- Ciro Gomes: o temperamental da esquerda –

Ciro Gomes, um temperamental advogado e figura conhecida no nordeste, de 60 anos, foi visto em determinado momento como o dirigente capaz de capitalizar o voto da esquerda com Lula preso.
Contudo, o candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT) não conseguiu ampliar sua base nem sair do terceiro lugar nas pesquisas, em sua terceira tentativa de chegar à Presidência.
Ciro, chefe de uma poderosa família do Ceará, foi prefeito, governador, deputado e duas vezes ministro. Ocupou a pasta da Fazenda em 1994 (durante a Presidência de Itamar Franco), no primeiro ano da aplicação do Plano Real contra a hiperinflação, e ministro de Integração Nacional de Lula, de 2003 a 2006.
Foi pesquisador visitante na Universidade de Harvard, mas é por sua veemência e sua língua afiada que é mais conhecido.
Chegou a dizer em uma explosão de raiva que Lula era um "merda", tratou o presidente Michel Temer de "ladrão consubstancial" e a polícia de "marginais fardados".
Sua incontinência verbal lhe valeu a abertura de mais de 70 processos judiciais.
- Geraldo Alckmin: o sem carisma –

Em um país farto de escândalos políticos e reveses econômicos, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, de 65 anos, se vende como o adulto da política. "Não sou um showman", diz orgulhoso.
Fundador do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), no qual milita o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), se aliou com partidos de centro e de direita obtendo uma ampla base e o maior tempo de propaganda gratuita na televisão. Mas nunca conseguiu decolar nas pesquisas.
Em 2006, Alckmin se aventurou na disputa presidencial, mas foi derrotado no segundo turno por Lula.
- Marina Silva: a sobrevivente –

É negra, foi empregada doméstica e tem uma folha política de serviço impecável.
Marina Silva, de 60 anos, superou uma pobre e dura infância na Amazônia e trabalhou pela causa ambiental antes de entrar no mundo da política brasileira, dominada por homens.
Evangélica, foi senadora do PT e ministra do Meio Ambiente de Lula, antes de romper com seu mentor. Disputou as presidenciais de 2010 e 2014, ficando em terceiro lugar.
No início da campanha estava em terceiro lugar nas pesquisas - e em segundo nos cenários sem Lula -, mas nas últimas semanas perdeu mais da metade das intenções de voto e disputa o quarto lugar com Geraldo Alckmin.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Santo Antônio de Lisboa define sua Corte para o Carnaval 2025

Contratos 6×1: a cara do Brasil que trabalha demais e ganha de menos

 Ao menos dois terços dos empregados formais no País estão submetidos a seis dias semanais de trabalho, muitas vezes com salários que não ultrapassam dois mínimos mensais POR MARCELO SOARES - 18.11.2024 Manifestantes se reunem em protesto pelo fim da jornada de trabalho 6 x 1, na Cinelândia, centro da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil   Ao passar por um supermercado no próximo final de semana, observe as pessoas que estarão trabalhando. Todas provavelmente cumprem a escala 6×1, que exige dedicação de seis dias por semana. Mais de dois terços dos trabalhadores formais no país estão submetidos a essa rotina, muitas vezes com salários que não ultrapassam dois salários mínimos mensais. A escala 6×1 se tornou um dos temas mais debatidos nas redes sociais depois que a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) começou a coletar assinaturas para pautar a tramitação de uma proposta de emenda à Constituição que busca a extinção da escala. A pressão foi tanta que até o direitoso...

Estudo revela existência de microplásticos ainda menores na Antártida

© Aiea/Martin Klingenboeck - Ação contou com o apoio de autoridades argentinas e de especialistas a bordo do navio quebra-gelo “Irizar”   9 Outubro 2024   Clima e Meio Ambiente Estudo realizado em bases argentinas  na Antártida pretendia gerar dados sobre os níveis de poluição plástica e suas fontes; preparação e análise de partículas recentemente achadas podem levar até 20 dias para estudar apenas uma amostra. A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, anunciou o fim de uma operação que mostra provas de poluição por microplásticos em lagos, nos litorais e no oceano na Antártida. A agência que essas descobertas preliminares ilustram como a poluição plástica atingiu todos os cantos da Terra e como os microplásticos ameaçam a saúde do oceano global. Análise e resultados Entre os microplásticos encontrados nas amostras estão o politetrafluoroetileno, cloreto de polivinila, polipropileno e tereftalato de polietileno. A análise e os resultados serão publicados e compart...