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CNA - Mecon - Minagri: Especialista critica torcida do Brasil e sugere adoção de organizados



Leia a reportagem e depois responda as perguntas abaixo:

Especialista critica torcida do Brasil e sugere adoção de organizados


27-06-14
Ofuscados por argentinos, uruguaios, chilenos e colombianos, os brasileiros perceberam que não são de nada em plena Copa do Mundo. Cláudio Norrland, autor do livro Insuficiências, estudou profundamente as torcidas sul-americanas. Especialista, ele critica os fãs da Seleção e propõe a adoção dos chamados torcedores organizados.
Durante cinco anos, o funcionário público formado em cinema, frustrado com a postura do público palmeirense no Palestra Itália, investigou 121 torcidas de cinco países sul-americanos. De maneira criteriosa, Norrland catalogou o comportamento dos fãs e montou um ranking com 102 posições.
Na lista do escritor, liderada pelo modesto Almirante Brown, os 10 primeiros lugares são ocupados por torcidas argentinas - os corintianos aparecem na 11ª posição. A vocação dos compatriotas de Lionel Messi para torcer vem sendo comprovada na Copa do Mundo. Os uruguaios, em menor número, também se fazem notar.

"Na comparação com as torcidas das seleções uruguaia e argentina, a torcida do Brasil é bem menos incentivadora. Canta menos vezes durante a partida. E seu incentivo é de pior qualidade. As canções são escassas, pobres, de letras curtinhas e até infantilizadas", disse Norrland, citando o clássico "leleô, leleô, leleô, Brasil!".
Um dos parâmetros utilizados pelo escritor para montar seu ranking é o grau de paciência dos torcedores diante de momentos negativos de seus respectivos times. A tolerância dos fãs da Seleção Brasileira, de acordo com Cláudio Norrland, é uma das menores.
"Para hostilizar a Seleção de seu país, a torcida brasileira é bem mais participativa que as demais. Os torcedores do Sul e do Sudeste são incrivelmente impacientes quando a Seleção joga mal ou está em má fase", disse Norrland, argumentando que a criatividade dos locais se resume aos coros de deboche a árbitros e jogadores.
Na última edição da Copa das Confederações, vencida pelo Brasil com gols marcados no começo das partidas, a torcida local foi aclamada por cantar o hino nacional do começo ao fim, quebrando o protocolo oficial. No decorrer dos jogos, no entanto, a animação caía, como de costume.
"Os elogios foram merecidos, mas faltou aos elogiadores a sinceridade de dizer que a conduta dos torcedores durante as partidas foi tacanha. Confesso que sempre imagino que aquele cara que canta forte o hino vai, duas horas e meia depois, dar fechada em ciclista, dirigir alcoolizado e hostilizar um motorista inábil. É um patriotismo extravagante, este dos brasileiros", disse Norrland.
A configuração das arenas, com confortáveis cadeirinhas para cada espectador, contribui para inibir os torcedores, mais propensos a empurrar o time quando veem as partidas de pé. A proibição de instrumentos e os altos preços dos ingressos também influenciam, já que os fãs mais incentivadores costumam ficar nos setores baratos, segundo o escritor.
A despeito das condições desfavoráveis, os vizinhos sul-americanos vêm dando vida às insossas arenas brasileiras, especialmente os argentinos, com canções de incentivo adaptadas do repertório dos clubes e algumas criadas especialmente para a ocasião. Na visão de Cláudio Norrland, a presença dos integrantes das chamadas barras dos clubes é decisiva.
"Sei que membros das barras argentinas frequentam estádios para incentivar a seleção. É notório que a Hinchadas Unidas Argentinas (HUA) é financiada por autoridades", disse Norrland. A HUA, criada antes da Copa de 2010 com apoio kirchnerista, teria sido dissolvida recentemente, mas há antigos integrantes no Brasil - as autoridades do país demonstram preocupação com a fama de violência dos chamados barra bravas.
Diante da pasmaceira dos anfitriões na Copa do Mundo, marcada pelo batido "Eu sou brasileiro", surgiram tentativas de reinventar a torcida brasileira, capitaneadas pela Rede Globo e por patrocinadores do torneio. As letras, politicamente corretas, lembram peças publicitárias.
"Tenho simpatia pela iniciativa. Mesmo que os corinhos novos possuam características de um bom-mocismo ridículo - a ausência de palavrões, por exemplo - e também sejam "infantilóides", qualquer tipo de incentivo é preferível ao silêncio", observou Norrland.
Conhecedor das arquibancadas sul-americanas, o escritor sente um "patriotismo mais legítimo" entre uruguaios e argentinos e vê um "patriotismo de oportunidade" dos brasileiros, altamente influenciáveis pelo placar do jogo. Neste cenário, ele sugere a adoção dos chamados organizados, "já que os torcedores comuns brasileiros não têm vocação para assumir liderança em arquibancada".
"O ideal seria estimular os líderes de organizadas a liderar a torcida da Seleção. O problema é que esse tipo de torcedor é estigmatizado e indesejado. Alguém terá coragem de enfrentar o moralismo vigente e financiar (subsídios para a compra de ingressos, por exemplo) esses torcedores, que são comumente associados à violência no futebol?", questiona.
Por uma vaga nas quartas de final da Copa do Mundo, a Seleção Brasileira enfrenta o Chile às 13 horas (de Brasília) deste domingo, no Mineirão. Cantar o hino do começo ao final não bastará, já que os chilenos, em grande número no País, costumam fazer o mesmo.

:
1-    Como se “sentem” os torcedores brasileiros em relação a outras torcidas sul-americanas?
2-    Qual a primeira torcida do ranking?
3-    O que propõe o autor do livro “Insuficiências”?
4-    Quais as vantagens e desvantagens das torcidas organizadas?
5-    Dê a sua opinião sobre o tema.

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